domingo, 7 de novembro de 2010

Auto-terapia

“Ai ai ai ai.. está chegando a hora....”

E eu aqui, ainda pensando se to fazendo a coisa certa. Pedindo um sinal dizendo de qual é, se não tem mesmo outra possibilidade... ... nada. Ok. Ainda tenho uma noite na companhia do meu melhor conselheiro – meu travesseiro.

É que quando nova, decorei a frase de professores, tios, alguns amigos e até de personas non gratas: “você é linda! Só precisa emagrecer um pouquinho”. E aí começa minha jornada tentando organizar a vida entre conselhos e princípios.

Desde que finalmente consegui emagrecer; pensando ser esta a solução para todos os meus problemas; tenho tentado afastar esse fantasma da infância do meu jeito de ser, me aproximando bastante lentamente de ser uma pessoa segura comigo mesma. Pensei em fazer terapia, apesar de os meus pais, antigamente, serem tão retos que não apoiavam. Pensei em me transformar em modelo achando que assim venceria meus mais altos limites. Pensei, e tentei, virar uma garota popular no colégio. Pensei, pensei, pensei. E a vida foi caminhando, me mostrando que não era bem assim.

Até uns dois meses atrás eu havia sentido, em ocasiões bem específicas, que estava amadurecendo numa velocidade incontrolável, trazendo com isso, finalmente, alguma segurança – uma sensação absolutamente nova para mim. Quando de repente aquela expressão “tiraram meu chão” fez todo sentido e me vi regredir séculos dessa minha auto-terapia que dura anos.

Sendo bem sincera, quando a rasteira me foi passada me fiz de forte e saí buscando soluções, investigando, até discutindo a situação. Só que isso não durou, e quando me dei conta estava acabada, arrasada, estragada. Por dentro e por fora.

Foram os 5kg adquiridos mais rápidos de toda minha vida. Pior que eu não consigo me lembrar como, nem quando. Precisei parar e fazer uma análise sucinta de como vinham sendo meus dias desde o “ocorrido”, e finalmente caiu a ficha: a depressão, aquela com quem luto há tanto tempo, que eu achei que não viria mais; não depois de “tanta maturidade”; simplesmente voltou. Arrastando segurança, auto-confiança, pseudo-maturidade e até a imagem que eu enxergava no espelho.

E agora? Agora assumo que não consigo mais me auto-tratar e busco ajuda, qualquer que seja. Essa rasteira me derrubou de tal maneira que sem ajuda sinto que não vou conseguir me levantar.

E esse é só o primeiro capítulo dessa árdua novela. Espero tomar a decisão certa para resolvê-la.

Não posso dizer o que é, apesar de querer botar pra fora, xingar, mostrar quão cruel pode ser o ser humano. Mas... vai que alguém lê ;)