segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Voltei #sqn

E a expressão "voltar à realidade" já não faz mais sentido. Aliás, a ideia de voltar, ultimamente, tem sido meio vaga pra mim. Faz tempo que eu não volto. 

Não se trata de voltar fisicamente, mas mentalmente. Sempre saí de casa para viajar e voltava pra lá. Até o dia que saí de casa e não voltei mais. 

Fisicamente, estou sempre de volta, mas mentalmente não será mais possível, pois eu já não voltarei a ser mais a mesma, não mais. E eu sofri muito tempo por isso, sem admitir que de alguma maneira isso poderia ser bom pra mim. Por que não? 

Porque é duro mudar, significa que crescemos e, como todo crescimento, alguma coisa não encaixa, não cabe mais onde estava. Afinal cresceu, né? E quando a gente cresce, geralmente passamos um tempo tentando caber em nós mesmos, até que em algum momento entendemos que pra crescer devemos abandonar certos hábitos que tínhamos antes de crescer, para que agora caibam os novos. 

É uma matemática muito simples na teoria, e bastante dolorosa na prática. Dói porque as coisas estão todas apertadas ali dentro, dói porque quando entendemos que devemos abandonar coisas, o apego é grande e não queremos deixa-las, e dói porque depois disso tudo estamos cheios de coisas novas, com as quais não nos sentimos confortáveis ainda.

Mas é desafiador entender essas coisas acontecendo. É gostoso perceber que o novo pode ser bem legal e trazer um novo "eu" muito interessante, cheio de histórias pra contar, cheio de experiências vividas e clareza para viver outras.

Tive muitos baixos antes de descobrir este "alto" na vivência da minha última viagem. Mas foi enriquecedor voltar para São Paulo, lugar onde vivi tantos "perrengues", e ver a cidade com outros olhos, perceber que eu não voltei pra casa, mas sim retornei ao lugar onde moro agora.