quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sozinha não vai dar mais...

Confesso que desta vez não sei por onde começar. Muitas vezes isso aconteceu e foi por isso mesmo que eu nem comecei. E aí deixei de escrever várias coisas que gostaria aqui. Por isso também que esse blog parece meio fantasma as vezes.... mas bom! Não é esse o assunto.

O assunto é uma grande virada na minha vida. Uma virada pessoal, que iniciou lá no Uruguai (este, surpreendentemente, foi um assunto tratado aqui. O último, por sinal). Começou lá comigo mesma, como a maior parte das coisas que tem acontecido desde a depressão de três anos atrás - e motivo pra criação disso aqui. Comigo e somente comigo. Afinal a intenção era tentar uma auto-terapia e, para isto, eu deveria me conhecer bastante pra depois me sentir capaz de me tratar.

A viagem pro Uruguai foi na verdade um aproveitamento de férias para estudar uma língua nova, pois eu já estava bastante defasada no mercado com relação a isto. E acabou virando uma enorme viagem ao centro de mim mesma. Há tanto tempo morando sozinha e vivendo, basicamente, sozinha, não achei que ainda havia coisas pra descobrir de mim. Mas (#ficaadica) há sempre coisas para se conhecer em nós mesmos. A gente muda o tempo todo e nem sabe.

Aí bacana, eu fui lá e me conheci. Como disse aqui mesmo, crescer dói, e se conhecer maior é meio estranho. Parece que estamos lidando com outra pessoa, e não com nós mesmos. É um papo profundo e chato, que só devemos ter internamente. Ninguém precisa saber quão chatos somos.

Mas o grande barato disso foi que eu mudei de novo e nem sabia quanto até que... descobri de novo o amor! Encontrei isso que estava há tanto tempo guardado em mim e botei pra fora sem nem perceber. E está sendo tão intenso e ao mesmo tempo tão profundo que eu já entendi que não vou estar sozinha por muito tempo. E estou achando isso bom.

Já tenho até outro assunto pra tratar na terapia, aquela que ainda não comecei (ok, tô com vergonha de assumir). Mas e se agora eu tô feliz? Feliz mesmo, do fundo pro raso. Já tô com medo de novo da terapia hahaha.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Voltei #sqn

E a expressão "voltar à realidade" já não faz mais sentido. Aliás, a ideia de voltar, ultimamente, tem sido meio vaga pra mim. Faz tempo que eu não volto. 

Não se trata de voltar fisicamente, mas mentalmente. Sempre saí de casa para viajar e voltava pra lá. Até o dia que saí de casa e não voltei mais. 

Fisicamente, estou sempre de volta, mas mentalmente não será mais possível, pois eu já não voltarei a ser mais a mesma, não mais. E eu sofri muito tempo por isso, sem admitir que de alguma maneira isso poderia ser bom pra mim. Por que não? 

Porque é duro mudar, significa que crescemos e, como todo crescimento, alguma coisa não encaixa, não cabe mais onde estava. Afinal cresceu, né? E quando a gente cresce, geralmente passamos um tempo tentando caber em nós mesmos, até que em algum momento entendemos que pra crescer devemos abandonar certos hábitos que tínhamos antes de crescer, para que agora caibam os novos. 

É uma matemática muito simples na teoria, e bastante dolorosa na prática. Dói porque as coisas estão todas apertadas ali dentro, dói porque quando entendemos que devemos abandonar coisas, o apego é grande e não queremos deixa-las, e dói porque depois disso tudo estamos cheios de coisas novas, com as quais não nos sentimos confortáveis ainda.

Mas é desafiador entender essas coisas acontecendo. É gostoso perceber que o novo pode ser bem legal e trazer um novo "eu" muito interessante, cheio de histórias pra contar, cheio de experiências vividas e clareza para viver outras.

Tive muitos baixos antes de descobrir este "alto" na vivência da minha última viagem. Mas foi enriquecedor voltar para São Paulo, lugar onde vivi tantos "perrengues", e ver a cidade com outros olhos, perceber que eu não voltei pra casa, mas sim retornei ao lugar onde moro agora. 

domingo, 15 de setembro de 2013

Eu voltei! (será que agora é pra ficar?)

Sei lá quanto tempo depois, me deu vontade de escrever de novo...
Quando criei o blog, a intenção era de me "auto-curar" de uma depressão causada por um acontecimento na vida, desses que não temos controle e que me tirou tanto o chão quanto o teto. Foi difícil perceber o quão forte foi isso pra mim e hoje, três anos depois, consigo enxergar que não há blog, viagem, mudança de cidade ou qualquer coisa que eu possa fazer, sozinha, que vá me curar de verdade.

Há menos de um mês eu decidi - definitivamente - procurar ajuda médica (e/ou psicológica) e isso não tem nada a ver com o post de hoje.

É que eu estou viajando. E da última vez que viajei de férias, a intenção era exatamente de usá-la como uma de minhas fugas para "a cura". Escrevi até sobre uma parte dela aqui, enquanto estava sozinha. Desta vez a viagem inteira será sozinha. Três semanas estudando espanhol e realizando um dos meus sonhos bobos, de fazer isso sem mais nenhum brasileiro (prometo continuar tentando por toda a viagem), pra ver se finalmente pego gosto pelo idioma.

Bom. E aí, já no primeiro dia, revivi coisas da minha última viagem de férias e de umas outras a trabalho; nas quais tive tempo de aproveitar um pouquinho e sozinha; que é me re-conhecer e perceber todo meu crescimento até aqui. 
Ando tendo tantos motivos para estar feliz e simplesmente não estou, que decidi mandar em mim. Vou ser feliz e pronto, oras! Se pra isso será preciso fazer terapia, vamos lá. Se realizar um sonho não me faz feliz, pelo menos vai me trazer pequenas alegrias por tantas semanas. Se finalmente mudar de emprego e ter um ambiente bom para trabalhar não resolve, já deu pra perceber que eu mando na ideia de - pelo menos - fazer isso melhorar (e muito!) meu humor (e estar super empolgada para voltar das férias =).
Portanto essas semanas por aqui serão para me fazer feliz num mundo paralelo! E eu pretendo contar pra mim mesma o por que por aqui!

Hoje já tenho uma boa história da desastrada brasileira pelas ruas de Montevideu sendo carregada por um vento surreal. Noto que eu não emagreci e sim, o vento carregou (literalmente, eu juro) todo esse peso. Mas e daí, né?! Fingi que eu estava tão magra que o vento levou! Hahahahaha e ri sozinha no meio da rua - até porque quem em sã consciência sairia com todo esse vento para caminhar por aí?